cartões de crédito, Hong Kong, não deixa de trabalhar,
O americano Ben Schlappig tem apenas 25 anos, mas já perdeu as contas de quantas vezes viajou de primeira classe e ficou hospedado em suítes luxuosas de hotéis cinco estrelas, tudo de graça.
Schlappig é um obsessivo por acumular milhas áreas ─ bem como por planejar como usá-las, sempre de modo a obter a máxima relação custo-benefício.
O resultado de tamanha dedicação é que ele passa “305 noites em hotéis e as outras 60 dentro de aviões”, como conta à rádio Newshour, da BBC.
“Tem os seus altos e baixos. Pode-se até pensar que se trata de algo glamoroso, mas também é muito desgastante”, afirma ele. Segundo seus cálculos, Schlappig percorre cerca de 647 mil quilômetros por ano, ou o equivalente a 16 voltas em torno da Terra. Por essa razão, ele decidiu deixar o apartamento onde morava nos Estados Unidos para viver nos ares.
O americano, de 25 anos, vive entre aviões e hotéis, a história de Schlappig remonta à época em que ele era apenas uma criança ali nasceu sua paixão por aviões. Ele conta que era tão aficionado pelo assunto que sabia de cor os modelos de cada aeronave foi então que, aos 13 anos, descobriu um site chamado FlyerTalk, um fórum no qual os usuários planejavam de forma conjunta estratégias sobre ofertas de voo e punham à prova a burocracia das companhias aéreas.
Dois anos depois, ele já voava todo fim de semana. Ao fim de quatro anos, o americano já tinha percorrido 800 mil quilômetros, “Desde os 15 anos, fiquei obcecado com os programas de fidelização e os usava de modo a minimizar os gastos das viagens o máximo possível”, afirmou ele à BBC.
“Assim, hoje me hospedo em hotéis cinco estrelas e voo quase exclusivamente de primeira classe”, acrescentou.
“Às vezes são passagens que custam US$ 20 mil ou US$ 30 mil, e só pago alguns centavos de dólar por elas, pois uso as minhas milhas.”
Milhas acumuladas
Schlappig conta ter 40 cartões de crédito diferentes para acumular milhas, Schlappig destaca que atualmente mais da metade das milhas que troca por voos não provêm das companhias aéreas, mas sim de cartões de crédito, tíquete-refeição e outras modalidades de pagamento, “Por isso, não tomo nenhuma decisão sem me dar conta de quantas milhas aéreas posso acumular”, explica. “Por exemplo, nos Estados Unidos, você pode conseguir até 75 mil milhas apenas com uma compra mínima usando cartões de crédito”, explica.
Para maximizar a relação custo-benefício, o jovem diz ter hoje cerca de 40 cartões de crédito diferentes mas engana-se quem pensa que ele está endividado. “Nunca fiquei no vermelho”, ressalta. Uma vez acumuladas as milhas, Schlappig recomenda trocá-las na véspera dos voos, ou até mesmo horas antes, porque é neste período que as companhias aéreas liberam os assentos que não conseguiu vender.
“Se quero ir a Hong Kong nesta noite, entro na internet, reservo minha poltrona e, em quase todos os casos, posso trocar a passagem por milhas”, explica.
“Provavelmente iria de primeira classe pela Cathay Pacific. É uma ótima opção, afinal são 14 horas de voo de Los Angeles até Hong Kong. E dormiria todo o trajeto, já que se trata do melhor momento para descansar e desconectar.”
Ele acrescenta que também pode trocar as milhas por hospedagens em hotéis – em sua maioria, luxuosos.
Nesse cenário hipotético, diz Schlappig, “ficaria no Ritz-Carlton Hong Kong” o hotel, o mais alto do mundo, distribui-se por uma luxuosa torre de cristal com vista para o mar e com todo o tipo de comodidade e serviços.
“Passaria ali duas ou três noites, tentaria ver tudo o que pudesse e voltaria aos lugares de que mais gosto, já que Hong Kong é uma das minhas cidades favoritas.”
Trabalho a bordo
Ritz-Carlton de Hong Kong é o preferido do americano sempre que vai à cidade mas Schlappig não vive de férias. Ele assegura que, enquanto viaja pelo mundo, não deixa de trabalhar, ele é dono do PointsPros, uma consultoria dedicada a assessorar clientes sobre a melhor maneira de construir itinerários de viagem por meio dos programas de milhagem com os quais acumulam mais pontos.
Além disso, escreve o blog One Mile at a Time (Uma milha por vez, em tradução livre do inglês), criado em 2008 e no qual costuma comentar sobre suas viagens e compartilhar dicas.
“Por isso, não me dedico 16 horas do meu dia a relaxar. Passo 16 horas trabalhando, umas duas ou três fazendo turismo e o resto dormindo”, conta. Ele reconhece que seu estilo de vida, no entanto, proporciona grandes momentos de prazer.
Mas qual foi o melhor?
“É difícil escolher, mas já voei várias vezes com a Emirates, na primeira classe do Airbus 380, um avião de dois andares”, relembra.
“Essa aeronave tem suítes individuais com porta e chuveiro”, descreve.
Schlippig conta ter ficado em suítes individuais com chuveiro durante voos, “É meio surrealista tomar banho dentro de um avião, pois você está a uma velocidade de mais de 1 mil km/h a milhares de metros do solo.” Mas não acaba por aí, “Quando você voa na primeira classe da Lufthansa, por exemplo, te levam até o avião em um Porsche.”
Schlappig também pôde disfrutar dos “apartamentos de primeira classe”, oferecidos pela companhia aérea Etihad, de Abu Dhabi.
E qual vai ser o seu próximo destino?
“Essa é a parte mais difícil”, diz ele. “Levanto da cama todo dia sem saber para onde vou, porque a memória às vezes falha.”
“Mas acho que neste fim de semana vou dar uma passadinha em Hong Kong.”
Fonte: BBC Brasil
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